Rádio Líder Gospel

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O Patriarca da Fé


Há 4 mil anos, um homem fundou as bases das três grandes religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Ao aderir a um único Deus, Abraão tornou-se o pai simbólico de 3,5 bilhões de fiéis
por Tiago Cordeiro



Das 6,8 bilhões de pessoas que habitam o planeta, cerca de 2 bilhões são cristãos. Aproximadamente 1,5 bilhão são muçulmanos e 15 milhões seguem os preceitos do judaísmo. Juntas, as denominações compõem a metade da população mundial. São também o pano de fundo de conflitos sangrentos há vários séculos. Para citar apenas dois: as cruzadas e os atentados de 11 de setembro de 2001. De certa forma, são brigas de família. As três grandes religiões monoteístas têm o mesmo pai. Um homem que vagou pelo Oriente Médio e pelo norte do Egito há 4 mil anos. Que optou por seguir um só Deus e cujos dois primeiros filhos fundaram dois povos: os hebreus e os árabes. Seu nome é Abraão. Sua descendência moldou o Ocidente e foi determinante para forjar o mundo tal qual o conhecemos.

O primeiro relato sobre ele está no Gênesis, que inicia a Torá judaica e a Bíblia cristã. Intérpretes do texto consideram que o patriarca era um pastor seminômade que viveu entre 2100 e 1800 a.C. Tribos costumavam circular entre as principais cidades da Mesopotâmia para vender o couro, o leite e a carne de seus rebanhos.

Não há provas da existência de Abraão. Várias gerações de arqueólogos reviraram, sem sucesso, as terras do Egito ao Irã. "A arqueologia não encontrou sinais dele nem de qualquer pessoa relacionada ao patriarca", afirma o americano Ron Hendel, professor de Estudos Judaicos da Universidade da Califórnia. A esta altura, isso pouco importa.

"A verdade desse relato não está em sua historicidade, mas no impacto sobre o judaísmo, o cristianismo e o islamismo", diz Karl-Josef Kuschel, professor de Teologia da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

O Gênesis é uma edição das narrativas orais do povo hebreu, compiladas entre os séculos 7 a.C. e 5 a.C. "Os patriarcas representam os heróis do povo. Provavelmente são uma junção de diversas pessoas reais, reunidas em uma única personalidade a fim de criar um relato das origens dos hebreus", afirma o arqueólogo Israel Finkelstein, professor da Universidade de Tel Aviv. Apesar dos 1 500 anos que separam a autoria do texto dos tempos de Abraão, vários detalhes sobre o cotidiano da época são exatos - como o hábito de usar escravas para gerar descendentes, em caso de infertilidade da esposa.

Abraão ocupa 14 capítulos do texto. Quando sua história começa, ele já tem idade avançada. "A maioria dos personagens importantes da Bíblia é apresentada como criança. Jacó e Esaú brigam no ventre da mãe. Moisés é encontrado em um cesto no rio Nilo. Davi luta contra Golias. O patriarca tem 75 anos antes que qualquer coisa aconteça com ele", diz o escritor Bruce Feiler no livro Abraão - Uma Jornada ao Coração de Três Religiões. No primeiro capítulo do Genêsis a seu respeito, ele se chama Abrão, filho de Terá, casado com sua meia-irmã Sarai, dez anos mais nova. "Ele é a personificação do vazio: não tem infância nem descendentes", afirma Feiler. Um detalhe o diferencia: o pastor é a décima geração depois de Noé e a vigésima após Adão e Eva.

Pouco antes de morrer, Terá deixa a cidade natal de Abrão, que a escritura chama de Ur dos Caldeus, e se muda com a família paraRelated Posts with Thumbnails os arredores de Harã . Depois que Terá morre, com 205 anos (isso mesmo, os personagens da narrativa são extraordinariamente longevos), Deus determina novo rumo para a vida do pastor. O patriarca, que agora é responsável pelos negócios da família, ouve a voz de Javé, que promete: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu nome. Sê tu uma bênção". E Abrão se muda para Canaã com a esposa e o sobrinho, Ló.


Fonte: Revista Aventuras na História

O Patriarca da Fé


Há 4 mil anos, um homem fundou as bases das três grandes religiões monoteístas do mundo: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. Ao aderir a um único Deus, Abraão tornou-se o pai simbólico de 3,5 bilhões de fiéis
por Tiago Cordeiro



Das 6,8 bilhões de pessoas que habitam o planeta, cerca de 2 bilhões são cristãos. Aproximadamente 1,5 bilhão são muçulmanos e 15 milhões seguem os preceitos do judaísmo. Juntas, as denominações compõem a metade da população mundial. São também o pano de fundo de conflitos sangrentos há vários séculos. Para citar apenas dois: as cruzadas e os atentados de 11 de setembro de 2001. De certa forma, são brigas de família. As três grandes religiões monoteístas têm o mesmo pai. Um homem que vagou pelo Oriente Médio e pelo norte do Egito há 4 mil anos. Que optou por seguir um só Deus e cujos dois primeiros filhos fundaram dois povos: os hebreus e os árabes. Seu nome é Abraão. Sua descendência moldou o Ocidente e foi determinante para forjar o mundo tal qual o conhecemos.

O primeiro relato sobre ele está no Gênesis, que inicia a Torá judaica e a Bíblia cristã. Intérpretes do texto consideram que o patriarca era um pastor seminômade que viveu entre 2100 e 1800 a.C. Tribos costumavam circular entre as principais cidades da Mesopotâmia para vender o couro, o leite e a carne de seus rebanhos.

Não há provas da existência de Abraão. Várias gerações de arqueólogos reviraram, sem sucesso, as terras do Egito ao Irã. "A arqueologia não encontrou sinais dele nem de qualquer pessoa relacionada ao patriarca", afirma o americano Ron Hendel, professor de Estudos Judaicos da Universidade da Califórnia. A esta altura, isso pouco importa.

"A verdade desse relato não está em sua historicidade, mas no impacto sobre o judaísmo, o cristianismo e o islamismo", diz Karl-Josef Kuschel, professor de Teologia da Universidade de Tübingen, na Alemanha.

O Gênesis é uma edição das narrativas orais do povo hebreu, compiladas entre os séculos 7 a.C. e 5 a.C. "Os patriarcas representam os heróis do povo. Provavelmente são uma junção de diversas pessoas reais, reunidas em uma única personalidade a fim de criar um relato das origens dos hebreus", afirma o arqueólogo Israel Finkelstein, professor da Universidade de Tel Aviv. Apesar dos 1 500 anos que separam a autoria do texto dos tempos de Abraão, vários detalhes sobre o cotidiano da época são exatos - como o hábito de usar escravas para gerar descendentes, em caso de infertilidade da esposa.

Abraão ocupa 14 capítulos do texto. Quando sua história começa, ele já tem idade avançada. "A maioria dos personagens importantes da Bíblia é apresentada como criança. Jacó e Esaú brigam no ventre da mãe. Moisés é encontrado em um cesto no rio Nilo. Davi luta contra Golias. O patriarca tem 75 anos antes que qualquer coisa aconteça com ele", diz o escritor Bruce Feiler no livro Abraão - Uma Jornada ao Coração de Três Religiões. No primeiro capítulo do Genêsis a seu respeito, ele se chama Abrão, filho de Terá, casado com sua meia-irmã Sarai, dez anos mais nova. "Ele é a personificação do vazio: não tem infância nem descendentes", afirma Feiler. Um detalhe o diferencia: o pastor é a décima geração depois de Noé e a vigésima após Adão e Eva.

Pouco antes de morrer, Terá deixa a cidade natal de Abrão, que a escritura chama de Ur dos Caldeus, e se muda com a família paraRelated Posts with Thumbnails os arredores de Harã . Depois que Terá morre, com 205 anos (isso mesmo, os personagens da narrativa são extraordinariamente longevos), Deus determina novo rumo para a vida do pastor. O patriarca, que agora é responsável pelos negócios da família, ouve a voz de Javé, que promete: "Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei. Eu farei de ti um grande povo, eu te abençoarei, engrandecerei teu nome. Sê tu uma bênção". E Abrão se muda para Canaã com a esposa e o sobrinho, Ló.


Fonte: Revista Aventuras na História

O Espírito de Passividade


Façam isso, compreendendo o tempo em que vivemos. Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos. A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz.Rom 13:11

Enquanto orava nesses dias, o Senhor colocou em meu coração que há um mover estratégico do inimigo para trazer sobre nossas vidas, sua igreja, uma passividade e uma sonolência.

Quando o apóstolo Paulo escreve aos Romanos nesse capítulo, ele fala sobre questões de caráter e vida com Deus, ética e comportamento uns para com os outros.

A grande verdade é que ele estava exortando aos Romanos para que estivessem alertas, sobre como estavam conduzindo suas vidas e para que não deixassem de entender os tempos e “despertassem do sono”, pois o dia do Senhor logo vem!

Hoje, podemos ver que muitas vezes precisamos também exortar-nos a nós mesmos e ao povo que nos revistamos das obras da luz, onde não há nada escondido e nenhuma escuridão que possa impedir o mover de Deus e trazer sobre nós essa sonolência e apatia.

Até quando vamos suportar a passividade, até mesmo daqueles que lideram, dos que são os sacerdotes, responsáveis pela Igreja do Senhor?

Nem estamos percebendo que vem uma sonolência, um cansaço e acabamos ministrando isso aos que estão ao nosso redor.

Somos chamados a desafiar o povo, a levar o povo à santidades, conquista e a dar passos a serem ousados diante do Senhor.

A pergunta é, porque não estamos vendo algumas coisas acontecerem? Milagres, sinais, maravilhas, prosperidade total? Estamos mesmo, em primeiro lugar crendo no que nosso El Shadai pode fazer?

Quando o Senhor disse a Moisés: “Porque você está clamando a mim, diga ao meu povo que marche” (Êx 14:15), Ele estava dizendo, “Moisés, eu já dei muitas demonstrações do meu poder, você já sabe o que tem que fazer, coloque agora em prática, você é meu profeta, abra a tua boca e eu darei as palavras de autoridade para o povo, mas farei através de você!”

E nós, quantas vezes estamos tímidos, retraídos diante das situações em que vivemos, sem confiança, sem alegria e sem desafios para nosso povo.

Esse povo que o Senhor colocou em nossas mãos está esperando atitudes de ousadia e de valentia. Passos os quais eles possam seguir, pois muitas vezes são “como ovelhas que não tem um pastor”.

Estão esperando que nós os alertemos e os dirijamos a caminhos ainda não conhecidos que o Senhor deseja revelar-nos.

Há uma unção que o Senhor colocou sobre nós e não podemos desprezá-la, acreditando nas mentiras e nas armadilhas que o inimigo colocar à nossa frente. Muitas vezes são as pequenas coisas que nos fazem perder tudo o que já conquistamos.

É tempo de reavaliarmos nossas vidas, buscarmos as obras da luz em santidade com um caráter transformado e entrarmos em guerra para tomar posse das promessas que o Senhor já nos fez.

Vivian Carnieto Antonio
Profetisa

O Espírito de Passividade


Façam isso, compreendendo o tempo em que vivemos. Chegou a hora de vocês despertarem do sono, porque agora a nossa salvação está mais próxima do que quando cremos. A noite está quase acabando; o dia logo vem. Portanto, deixemos de lado as obras das trevas e revistamo-nos da armadura da luz.Rom 13:11

Enquanto orava nesses dias, o Senhor colocou em meu coração que há um mover estratégico do inimigo para trazer sobre nossas vidas, sua igreja, uma passividade e uma sonolência.

Quando o apóstolo Paulo escreve aos Romanos nesse capítulo, ele fala sobre questões de caráter e vida com Deus, ética e comportamento uns para com os outros.

A grande verdade é que ele estava exortando aos Romanos para que estivessem alertas, sobre como estavam conduzindo suas vidas e para que não deixassem de entender os tempos e “despertassem do sono”, pois o dia do Senhor logo vem!

Hoje, podemos ver que muitas vezes precisamos também exortar-nos a nós mesmos e ao povo que nos revistamos das obras da luz, onde não há nada escondido e nenhuma escuridão que possa impedir o mover de Deus e trazer sobre nós essa sonolência e apatia.

Até quando vamos suportar a passividade, até mesmo daqueles que lideram, dos que são os sacerdotes, responsáveis pela Igreja do Senhor?

Nem estamos percebendo que vem uma sonolência, um cansaço e acabamos ministrando isso aos que estão ao nosso redor.

Somos chamados a desafiar o povo, a levar o povo à santidades, conquista e a dar passos a serem ousados diante do Senhor.

A pergunta é, porque não estamos vendo algumas coisas acontecerem? Milagres, sinais, maravilhas, prosperidade total? Estamos mesmo, em primeiro lugar crendo no que nosso El Shadai pode fazer?

Quando o Senhor disse a Moisés: “Porque você está clamando a mim, diga ao meu povo que marche” (Êx 14:15), Ele estava dizendo, “Moisés, eu já dei muitas demonstrações do meu poder, você já sabe o que tem que fazer, coloque agora em prática, você é meu profeta, abra a tua boca e eu darei as palavras de autoridade para o povo, mas farei através de você!”

E nós, quantas vezes estamos tímidos, retraídos diante das situações em que vivemos, sem confiança, sem alegria e sem desafios para nosso povo.

Esse povo que o Senhor colocou em nossas mãos está esperando atitudes de ousadia e de valentia. Passos os quais eles possam seguir, pois muitas vezes são “como ovelhas que não tem um pastor”.

Estão esperando que nós os alertemos e os dirijamos a caminhos ainda não conhecidos que o Senhor deseja revelar-nos.

Há uma unção que o Senhor colocou sobre nós e não podemos desprezá-la, acreditando nas mentiras e nas armadilhas que o inimigo colocar à nossa frente. Muitas vezes são as pequenas coisas que nos fazem perder tudo o que já conquistamos.

É tempo de reavaliarmos nossas vidas, buscarmos as obras da luz em santidade com um caráter transformado e entrarmos em guerra para tomar posse das promessas que o Senhor já nos fez.

Vivian Carnieto Antonio
Profetisa

O PODER DE UM POVO


“No curs
o dos acontecimentos humanos, quando se torna necessário que um povo desfaça os laços políticos que o ligavam a outro, e que assuma dentre os poderes da terra a condição separada e igual que lhe conferem as leis da natureza e do Deus da natureza, um respeito digno para com as opiniões da humanidade exige que esse povo declare as causas que o levam à separação. Tais verdades são, para nós, evidentes: que todos os homens são criados em igualdade, que são dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis, e que dentre esses direitos estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que para garantir esses direitos, os governos são instituídos entre os homens, advindo os seus poderes do consentimento dos governadores. Que quando uma forma qualquer de governo passe a destruir esses fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e de instituir um novo governo, fundamentando-o sobre princípios tais e organizando os poderes de forma tal que lhes pareçam os mais adequados a fim de realizar sua segurança e felicidade”(Thomas Jefferson). Pensemos bem sobre essas palavras quando estivermos na hora exata de exercer nosso direito de alterar e abolir o desrespeito desse governo para com o povo, cuidado com a continuidade de algo que não tem a ver com a economia e sim com a moral e a liberdade de nossa nação. Votar é um direito que Deus nos dá, não os homens, de mudar situações que abençoarão a nossa nação. Ap. Rubens


O PODER DE UM POVO


“No curs
o dos acontecimentos humanos, quando se torna necessário que um povo desfaça os laços políticos que o ligavam a outro, e que assuma dentre os poderes da terra a condição separada e igual que lhe conferem as leis da natureza e do Deus da natureza, um respeito digno para com as opiniões da humanidade exige que esse povo declare as causas que o levam à separação. Tais verdades são, para nós, evidentes: que todos os homens são criados em igualdade, que são dotados pelo criador de certos direitos inalienáveis, e que dentre esses direitos estão a vida, a liberdade e a busca da felicidade. Que para garantir esses direitos, os governos são instituídos entre os homens, advindo os seus poderes do consentimento dos governadores. Que quando uma forma qualquer de governo passe a destruir esses fins, cabe ao povo o direito de alterá-la ou aboli-la, e de instituir um novo governo, fundamentando-o sobre princípios tais e organizando os poderes de forma tal que lhes pareçam os mais adequados a fim de realizar sua segurança e felicidade”(Thomas Jefferson). Pensemos bem sobre essas palavras quando estivermos na hora exata de exercer nosso direito de alterar e abolir o desrespeito desse governo para com o povo, cuidado com a continuidade de algo que não tem a ver com a economia e sim com a moral e a liberdade de nossa nação. Votar é um direito que Deus nos dá, não os homens, de mudar situações que abençoarão a nossa nação. Ap. Rubens


História de Israel

Jerusalém - vista do Monte das Oliveiras

O povo judeu nasceu na Terra de Israel (Eretz Israel). Nela transcorreu uma etapa significativa de sua longa história, cujo primeiro milênio está registrado na Bíblia; nela se formou sua identidade cultural, religiosa e nacional; e nela se manteve ininterrupta, através dos séculos, sua presença física, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo. Durante os longos anos de dispersão, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu sua ligação com sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi recuperada a independência judaica, perdida 2000 anos antes.

A área de Israel, dentro das fronteiras e linhas de cessar-fogo, inclusive os territórios sob o auto-governo palestino, é de 27.800 km2. Com sua forma longa e estreita, o país tem cerca de 470 Km de comprimento e mede 135 Km em seu ponto mais largo. Limita-se com o Líbano ao Norte, com a Síria a Nordeste, a Jordânia a Leste, o Egito a Sudoeste e o Mar Mediterrâneo a Oeste.

A distância entre montanhas e planícies, campos férteis e desertos pode ser coberta em poucos minutos. A largura do país, entre o Mediterrâneo a Oeste e o Mar Morto, a Leste, pode ser cruzada de carro em cerca de 90 minutos; e a viagem desde Metullah, no extremo Norte, a Eilat, o ponto mais meridional leva umas 9 horas.
Israel pode ser dividida em quatro regiões geográficas: três faixas paralelas que correm de Norte a Sul, e uma vasta zona, quase toda árida, na metade Sul do país.

Jerusalém
Terra de Deus, promessa para os homens

Jerusalém

Jerusalém está edificada nas colinas da Judéia, a cerca de 70 Km do Mar Mediterrâneo, no centro de Israel. Eqüidistante de Eilat, ao Sul, e de Metullah, ao Norte - os pontos extremos do país. Nesta geografia, acontecimentos inigualáveis que não se repetem, mudaram o rumo da história do mundo.

O nome da cidade é mencionado centenas de vezes nas Escrituras Sagradas e em fontes egípcias. Jerusalém, do rei Melquisedeque e do Monte Moriá, onde o patriarca Abraão esteve pronto para sacrificar o seu filho; Jerusalém, da capital do reino de Davi, do primeiro templo de Salomão e do segundo templo, reconstruído por Herodes; Jerusalém, palco dos profetas Isaías e Jeremias, cujas pregações influenciaram atitudes morais e religiosas da humanidade; Jerusalém, onde Jesus peregrinou, foi crucificado, ressuscitou e subiu ao Céu; Jerusalém, da figueira que brotou, sinal dos tempos, relógio de Deus.

Nomes e Significados

Segundo o pesquisador, Pr. Enéas Tognini, o nome de Jerusalém aparece em registros antiqüíssimos. Nos textos egípcios do Império Medo, foram grafados Rusalimun e Urusali-Mum. No texto Massorético, Yerusalaim. No aramaico bíblico Yeruselem. E para nosso vernáculo chegou através do grego Hierousalem.

A cidade, antes de ser tomada pelos filhos de Israel, pertencia aos jebuseus. E nos escritos jebuseus lê-se Yebusi. Em Juízes 19:10 afirma-se que Jebus é Jerusalém, donde se conclui que o nome Jerusalém não é de origem hebraica.

Nos Salmos 87:2 e 51:18 e mais 179 vezes, Jerusalém é chamada Sião. Outros nomes na Bíblia e extra-bíblicos são dados a Jerusalém: Cidade de Davi ( I Rs. 8.1); Cidade de Judá (II Cr. 25.28); Cidade Santa (Ne. 11.1 E Is. 52.1); Cidade de Deus (Is. 60.14) (Sl. 87.2); Ariel (Is. 29.1); Ladeira de Deus (Is. 1.26); Cidade de Justiça (Is. 1.26); Cidade do Grande Rei (Mt. 5.35) ; Aelia Capitolina (o primeiro nome do Imperador Adriano era Aelio e, em 135 d.C. esse foi o nome que se deu à cidade que paganizou); El-Kuds (“a santa”, nome que o árabe deu a Jerusalém). Alguns estudiosos afirmam que a primeira parte da palavra Jerusalém (a raiz IRW) encerra a idéia de fundamento, e “Salém” significa paz, portanto Jerusalém = cidade da paz. Morada da paz! Eis o que significa Jerusalém na língua hebraica.

Tempos Bíblicos

A história judaica começou há mais ou menos 4000 anos (c. séc. XVII A.C.) - com o patriarca Abraão, seu filho Isaque e seu neto - Jacó. Documentos encontrados na Mesopotâmia, que datam de 2000 - 1500 E.C., confirmam aspectos de sua vida nômade, tal como a Bíblia descreve.

O Êxodo e o assentamento

Após 400 anos de servidão, os israelitas foram conduzidos à liberdade por Moisés que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar Seu povo do Egito e retornar à Terra de Israel, prometida a seus antepassados (sec. XIII-XII A.C). Durante 40 anos eles vagaram no deserto do Sinai, tornando-se uma nação; lá receberam o Pentateuco, que inclui os Dez Mandamentos. O êxodo do Egito (1300 A.C.) deixou uma marca indelével na memória nacional do povo judeu, e tornou-se um símbolo universal de liberdade e independência. Todo ano os judeus celebram as festas de Pessach (a Páscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa dos Tabernáculos) relembrando os eventos ocorridos naquela época.

A Monarquia

O reinado do primeiro rei, Saul (1020 A.C.), permitiu a transição entre a organização tribal já frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia, sob David, seu sucessor.

O Rei David (1004-965 A.C.) fez de Israel uma das potências da região através de bem sucedidas expedições militares, entre as quais a derrota final dos filisteus, assim como as alianças políticas com os reinos vizinhos. Ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e estabeleceu sua capital, Jerusalém. David foi sucedido por seu filho Salomão (965-930 A.C.) que consolidou ainda mais o reino. Salomão garantiu a paz para seu reino, tornando-o uma das grandes potências da época. O auge do seu governo foi a construção do Templo de Jerusalém.

A Monarquia dividida

Após a morte de Salomão (930 A.C.), uma insurreição aberta provocou a cisão das tribos do norte e a divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do Norte, e o reino meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim.

O Reino de Israel, com sua capital Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu 350 anos, com sua capital, Jerusalém, e teve o mesmo número de reis, todos da linhagem de David. Com a expansão dos impérios assírios e babilônicos, tanto Israel quanto Judá, mais tarde, acabaram caindo sob domínio estrangeiro. O Reino de Israel foi destruído pelos assírios (722 A.C.) e seu povo foi exilado e esquecido. Uns cem anos depois, a Babilônia conquistou o Reino de Judá, exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalém e o Templo (586 A.C.).

Primeiro Exílio (586 - 538 a.c.)

A conquista babilônica foi o primeiro estado judaico (período do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua terra. Às margens dos rios da Babilônia, os judeus assumiram o compromisso de lembrar para sempre da sua pátria: “Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se a língua ao paladar, se não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.” (Sl. 137.5,6)

O exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora Judaica. Lá, o judaísmo começou a desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para assegurar a sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma nação.

Dominação Estrangeira
Os Períodos Persa e Helenístico (538-142 A.C.)

Em conseqüência de um decreto do Rei Ciro, da Pérsia, que conquistou o império babilônico, cerca de 50.000 judeus empreenderam o primeiro retorno à Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da dinastia de David. Menos de um século mais tarde, o segundo retorno foi liderado por Esdras, o Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob diferentes graus de autonomia sob o domínio persa (538-333 A.C.) e helenístico - ptolemaico e selêucida (332-142 A.C.)

A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança de Esdras, a construção do segundo templo no sítio onde se erguera o primeiro, a fortificação das muralhas de Jerusalém e o estabelecimento da Knesset Haguedolá (a Grande Assembléia), o supremo órgão religioso e judicial do povo judeu, marcaram o início do segundo estado judeu (período do segundo templo).

Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre Magno, da Grécia (332 A.C.), a Terra de Israel continuava a ser uma teocracia judaica, sob o domínio dos selêucidas, estabelecidos na Síria. Quando os judeus foram proibidos de praticar o judaísmo e seu Templo foi profanado, como parte das tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helenísticos a toda a população, desencadeou-se uma revolta (166 a.C.) liderada por Matatias, da dinastia sacerdotal dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Judá, o Macabeu. Os judeus entraram em Jerusalém e purificaram o Templo (164 A.C), eventos comemorados até hoje anualmente, na festa do Chanuká.

A Dinastia dos Hasmoneus ( 142-63 A.C.)

Após novas vitórias dos Hasmoneus (142 a.C.), os selêucidas restauraram a autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de Israel) e, com o colapso do reino selêucida (129 a.C.), a independência judaica foi reconquistada. Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as fronteiras do reino eram muito semelhantes às do tempo do Rei Salomão; o regime atingiu consolidação política e a vida judaica floresceu.

O Domínio Romano (63 - 313 A.C.)

Quando os romanos substituíram os selêucidas no papel de grande potência regional, eles concederam ao rei Hasmoneus Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em Damasco. Os judeus eram hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas insurreições. Uma última tentativa de reconquistar a antiga glória da dinastia dos Hasmoneus foi feita por Matatias Antígono, cuja derrota e morte trouxe fim ao governo dos Hasmoneus (40 a.C.); o país tornou-se, então, uma província do Império Romano.

Em 37 a.C., Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado Rei da Judéia pelos romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada nos assuntos internos do país, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da região oriental do Império Romano, porém não conseguiu a confiança e o apoio de seus súditos judeus.

Dez anos após a morte de Herodes (4 a.C.), a Judéia caiu sob a administração romana direta. À proporção que aumentava a opressão romana à vida judaica, crescia a insatisfação, que se manifestava por violência esporádica, até que rompeu uma revolta total em 66 a.C.. As forças romanas, lideradas por Tito, superiores em número e armamento, arrasaram finalmente Jerusalém (70 a.C.) e posteriormente derrotaram o último baluarte judeu em Massada (73 a.C.).

A destruição total de Jerusalém e do Templo foi uma catástrofe para o povo judeu. De acordo com o historiador da época, Flavio Josefo, centenas de milhares de judeus pereceram durante o cerco a Jerusalém e em outros pontos do país, e outros milhares foram vendidos como escravos.

Um último breve período de soberania judaica na era antiga foi o que se seguiu à revolta de Shimon Bar Kochbá (132 a.C.), quando Jerusalém e a Judéia foram reconquistadas. No entanto, dado o poder massivo dos romanos, o resultado era inevitável. Três anos depois, segundo o costume romano, Jerusalém foi “sulcada por uma junta de bois”; a judéia foi rebatizada de Palestina e a Jerusalém foi dado o novo nome de Aelia Capitolina.

O Domínio Bizantino (313-646 d.C.)
No final do sec. IV, após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara um país predominantemente cristão. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior, assim como do direito de ocupar cargos públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém, com exceção de um dia por ano (Tishá be Av - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruição do Templo.

A invasão persa de 614 d.C., contou com o auxílio dos judeus, animados pela esperança messiânica da Libertação. Em gratidão por sua ajuda eles receberam o governo de Jerusalém; este interlúdio, porém, durou apenas três anos. Subseqüentemente, o exército bizantino recuperou o domínio da cidade (629 d.C.), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.

Domínio Árabe (639-1099 d.C.)

A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a morte de Maomé (632 d.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo de Califas estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito. No início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em Jerusalém, e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteção concedido aos não-muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as propriedades e a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais.

Contudo, a introdução subseqüente de restrições contra os não-muçulmanos (717 d.C.) afetou a vida pública dos judeus, assim como sua observância religiosa e seu status legal. Pelo fim do sec. XI, a comunidade judaica da Terra de Israel havia diminuído consideravelmente.

Os Cruzados (1099-1291 d.C.)

Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos Cruzados que, atendendo a um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa das mãos dos “infiéis”. Em julho de 1099, após um cerco de cinco semanas, os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus capturaram Jerusalém, massacrando a maioria de seus habitantes não-cristãos.

Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus defenderam seu quarteirão, mas foram queimados vivos ou vendidos como escravos. Nas poucas décadas que se sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o restante do país. Após a derrota dos cruzados pelo exército de Saladino (1187 d.C.), os judeus passaram a gozar de liberdade, inclusive o direito de viver em Jerusalém. O domínio cruzado sobre o país chegou ao fim com a derrota final frente aos mamelucos (1291 d.C.) uma casta militar muçulmana que conquistara o poder no Egito.

O Domínio Mameluco (1291-1516 d.C.)

Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma província atrasada, cuja sede de governo era em Damasco. O período de decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e econômicas, epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.

O Domínio Otomano (1517-1917 d.C)

Após a conquista otomana, em 1517, o país foi dividido em quatro distritos, ligados administrativamente à província de Damasco; a sede do governo era em Istambul. No começo da era otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Tzfat) e algumas aldeias da Galiléia. A comunidade se compunha de descendentes de judeus que nunca haviam deixado o país, e de imigrantes da África do Norte e da Europa.

Um governo eficiente, até a morte do sultão Suleiman, o Magnífico (1566 d.C.), trouxe melhorias e estimulou a imigração judaica. À proporção que o governo otomano declinava e perdia sua eficiência, o país foi caindo de novo em estado de abandono geral. No final do séc. XVIII, a maior parte das terras pertencia a proprietários ausentes, que as arredavam a agricultores empobrecidos pelos impostos elevados e arbitrários. As grandes florestas da Galiléia e do monte Carmelo estavam desnudas; pântanos e desertos invadiam as terras produtivas.

O sec. XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia lugar ao progresso. Eruditos ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de arqueologia bíblica. Foram inauguradas rotas marítimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa, instaladas conexões postais e telegráficas e construída a primeira estrada, entre Jerusalém e Iafo. A situação dos judeus do país foi melhorando, e a população judaica aumentou consideravelmente. Inspirados pela ideologia sionista, dois grandes fluxos de judeus da Europa Oriental chegaram ao país, no final do sec. XIX e início do sec. X. Resolvidos a restaurar sua pátria através do trabalho agrícola, estes pioneiros começaram pela recuperação da terra árida, construíram novas colônias e lançaram os fundamentos do que mais tarde se tornaria uma próspera economia agrícola.

Ao romper a I Guerra Mundial (1914), a população judaica do país totalizava 85.000 habitantes, em contraste com os 5.000 do início do séc. XVI.

Em dezembro de 1917, as forças britânicas, sob o comando do General Allemby, entraram em Jerusalém, pondo fim a 400 anos de domínio otomano.

O Domínio Britânico (1918-1948)

Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha o mandato sobre a Palestina (nome pelo qual o país era designado na época). Reconhecendo a "ligação histórica do povo judeu com a Palestina", recomendava que a Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina - Eretz Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho da Liga das Nações e a Grã-Bretanha decidiram que as estimulações destinadas ao estabelecimento deste lar nacional judaico não seriam aplicadas à região situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os 3/4 do território do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da Jordânia.

O Estado de Israel - 1948

Com a resolução da ONU de 19 de novembro de 1947, em 14 de maio de 1948, data em que terminou o Mandato Britânico, a população judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas - de fato, uma nação em todos os sentidos, e um estado ao qual só faltava o nome, porém opondo-se ao estabelecimento do novo Estado os países árabes lançaram-se num ataque de várias frentes, dando origem à Guerra da Independência em 1948 - 1949, que defendeu a soberania que havia acabado de reconquistar. Com o fim da guerra, Israel concentrou seus esforços na construção do estado pelo qual o povo tinha lutado tão longa e arduamente.

A Guerra dos Seis Dias - 1967

As esperanças por mais uma década de relativa tranqüilidade se esvaneceram com a escalada dos ataques terroristas árabes através das fronteiras como Egito e a Jordânia. Ao fim de seis dias de combates, os núcleos populacionais do norte do país ficavam livres do bombardeamento sírio, que durara 19 anos; a passagem de navios israelenses e com destino a Israel, através do Estreito de Tiran estava assegurada; e Jerusalém, que estivera dividida entre Israel e Jordânia desde 1949, foi reunificada sob a autoridade de Israel.

A Guerra de Iom Kipur - 1973

A relativa calma ao longo das fronteiras terminaram no Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito e a Síria lançaram um ataque de surpresa coordenado contra Israel (6 de outubro de 1973). Durante as três semanas seguintes, as Forças de Defesa de Israel mudaram o rumo da batalha e repeliram os ataques. Dois anos de difíceis negociações entre Israel e o Egito e entre Israel e a Síria resultaram em acordos de separação de tropas, pelos quais Israel se retirou de parte dos territórios conquistados na guerra.

Da Guerra à Paz

Embora a guerra de 1973 tenha custado a Israel um ano de seu PNB, a economia já tinha se recobrado na segunda metade de 1974. Os investimentos estrangeiros cresceram, e quando Israel se tornou um membro associado do MCE (1975), abriram-se novos mercados aos produtos israelenses. O turismo incrementou e o número anual de visitantes ultrapassou o marco de um milhão.

O círculo vicioso da rejeição por parte dos árabes a todos os apelos de paz de Israel foi rompido com visita do Presidente Anuar Sadat a Jerusalém (novembro 1977), à qual se seguiram negociações entre o Egito e Israel, sob os auspícios E.U., e que culminaram com os acordos de Camp David (setembro).

Século XXI

Após o assassinato do Primeiro-Ministro Ytzhak Rabin (Nov/95), o governo - de acordo com seu direito de nomear um dos ministros (neste caso, obrigatoriamente um membro do Knesset - Parlamento Israelense) para exercer o cargo de primeiro-minstro até as próximas eleições - nomeou o Ministro das Relações Exteriores Shimon Peres a esta função. As eleições de maio de 1996 trouxeram ao poder uma coalizão governamental constituída de elementos nacionalistas, religiosos e centristas, chefiada por Benyamin Netanyahu do Likud.


Principais momentos históricos

XVII-VI a.C.

Época Bíblica

XVII

Abraão, Isaque e Jacó - os patriarcas do povo judeu estabelecem-se na Terra de Israel.

XIII

Êxodo dos israelitas, que deixam o Egito conduzidos por Moisés e vagam no deserto durante 40 anos.

XIII-XII

Os israelitas se instalam na Terra de Israel

1020

A monarquia judaica é estabelecida; Saul é o primeiro rei

1000

Jerusalém torna-se a capital do reino de Davi

960

O Primeiro Templo, centro nacional e espiritual do povo judeu, é construída em Jerusalém pelo Rei Salomão

930

Divisão do reino: Judá e Israel

722-720

O reino de Israel é destruído pelos assírios; 10 tribos exiladas (as “Dez Tribos Perdidas”)

586

O reino de Judá é conquistado pela Babilônia. Jerusalém e o Primeiro Templo destruídos; a maioria dos judeus é exilada.

538-142

Períodos Persa e Helenístico

538-515

Muitos judeus retornam da Babilônia; o Templo é reconstruído

332

Alexandre Magno conquista o país; domínio helenístico

166-160

Revolta dos Macabeus (Hasmoneus) contra as restrições à prática do judaísmo e a profanação do Templo

-129

Autonomia judaica sob a liderança dos Hasmoneus

129-63

Independência judaica sob a monarquia dos Hasmoneus

63

Jerusalém capturada pelo general romano Pompeu

63-313

Domínio Romano

63-4

O Rei Herodes, vassalo romano, governa a Terra de Israel. O Templo de Jerusalém é reformado.

20-33

Ministério de Jesus, o Cristo

66 d.C

Revolta dos judeus contra Roma

70

Destruição de Jerusalém e do Segundo Templo

73

Último bastião judeu em Massada

132-135

Revolta de Bar Kochba contra os romanos

313-636

Domínio Bizantino

614

Invasão Persa

639-1099

Domínio árabe

691

O Domo da Rocha é construída em Jerusalém pelo Califa Abd el-Malik, no local dos Templos (Primeiro e Segundo).

1099-1291

Domínio Cruzado (Reino Latino de Jerusalém)

1291-1516

Domínio Mameluco

1517-1917

Domínio Otomano

1860

Primeiro bairro construído fora dos muros de Jerusalém

1881-1903

Primeira Aliá (imigração em grande escala), principalmente da Rússia

1897

Primeiro Congresso Sionista, reunido por Teodoro Herzl em Basiléia, Suíça; fundação da Organização Sionista.

1904-14

Segunda Aliá, principalmente da Rússia e Polônia

1917

400 anos de domínio otomano chegam ao fim com a conquista britânica. Lord Balfour, Ministro de Relações Exteriores britânico declara o apoio ao estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina”

1918-1948

Domínio Britânico

1919-23

Terceira Aliá, principalmente da Rússia

1922

A Liga das Nações confia à Grã-Bretanha o Mandato sobre a Palestina (Terra de Israel); ¾ da área são entregues à Transjordânia, deixando apenas ¼ para o lar nacional judaico. Criação da Agência Judaica, representante da comunidade judaica diante das autoridades do Mandato.

1924-32

Quarta Aliá, principalmente da Polônia

1933-30

Quinta Aliá, principalmente da Alemanha

1939

O Livro Branco britânico limita drasticamente a imigração judaica

1939-45

II Grande Guerra Mundial; Holocausto na Europa, onde 6 milhões de judeus, entre os quais 1,5 milhão de crianças.

1947

A ONU propôs o estabelecimento dos estados árabes e judeu no país. Em 14 de maio de 1948 fim do Mandato Britânico. Proclamação do Estado de Israel.


A partir de 15 de maio de 1948, inicia-se, com a invasão de cinco exércitos árabes, a luta do povo judeu para fazer valer o seu direito de permanecer na terra que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Israel, os patriarcas.

História de Israel

Jerusalém - vista do Monte das Oliveiras

O povo judeu nasceu na Terra de Israel (Eretz Israel). Nela transcorreu uma etapa significativa de sua longa história, cujo primeiro milênio está registrado na Bíblia; nela se formou sua identidade cultural, religiosa e nacional; e nela se manteve ininterrupta, através dos séculos, sua presença física, mesmo depois do exílio forçado da maioria do povo. Durante os longos anos de dispersão, o povo judeu jamais rompeu ou esqueceu sua ligação com sua terra. Com o estabelecimento do Estado de Israel, em 1948, foi recuperada a independência judaica, perdida 2000 anos antes.

A área de Israel, dentro das fronteiras e linhas de cessar-fogo, inclusive os territórios sob o auto-governo palestino, é de 27.800 km2. Com sua forma longa e estreita, o país tem cerca de 470 Km de comprimento e mede 135 Km em seu ponto mais largo. Limita-se com o Líbano ao Norte, com a Síria a Nordeste, a Jordânia a Leste, o Egito a Sudoeste e o Mar Mediterrâneo a Oeste.

A distância entre montanhas e planícies, campos férteis e desertos pode ser coberta em poucos minutos. A largura do país, entre o Mediterrâneo a Oeste e o Mar Morto, a Leste, pode ser cruzada de carro em cerca de 90 minutos; e a viagem desde Metullah, no extremo Norte, a Eilat, o ponto mais meridional leva umas 9 horas.
Israel pode ser dividida em quatro regiões geográficas: três faixas paralelas que correm de Norte a Sul, e uma vasta zona, quase toda árida, na metade Sul do país.

Jerusalém
Terra de Deus, promessa para os homens

Jerusalém

Jerusalém está edificada nas colinas da Judéia, a cerca de 70 Km do Mar Mediterrâneo, no centro de Israel. Eqüidistante de Eilat, ao Sul, e de Metullah, ao Norte - os pontos extremos do país. Nesta geografia, acontecimentos inigualáveis que não se repetem, mudaram o rumo da história do mundo.

O nome da cidade é mencionado centenas de vezes nas Escrituras Sagradas e em fontes egípcias. Jerusalém, do rei Melquisedeque e do Monte Moriá, onde o patriarca Abraão esteve pronto para sacrificar o seu filho; Jerusalém, da capital do reino de Davi, do primeiro templo de Salomão e do segundo templo, reconstruído por Herodes; Jerusalém, palco dos profetas Isaías e Jeremias, cujas pregações influenciaram atitudes morais e religiosas da humanidade; Jerusalém, onde Jesus peregrinou, foi crucificado, ressuscitou e subiu ao Céu; Jerusalém, da figueira que brotou, sinal dos tempos, relógio de Deus.

Nomes e Significados

Segundo o pesquisador, Pr. Enéas Tognini, o nome de Jerusalém aparece em registros antiqüíssimos. Nos textos egípcios do Império Medo, foram grafados Rusalimun e Urusali-Mum. No texto Massorético, Yerusalaim. No aramaico bíblico Yeruselem. E para nosso vernáculo chegou através do grego Hierousalem.

A cidade, antes de ser tomada pelos filhos de Israel, pertencia aos jebuseus. E nos escritos jebuseus lê-se Yebusi. Em Juízes 19:10 afirma-se que Jebus é Jerusalém, donde se conclui que o nome Jerusalém não é de origem hebraica.

Nos Salmos 87:2 e 51:18 e mais 179 vezes, Jerusalém é chamada Sião. Outros nomes na Bíblia e extra-bíblicos são dados a Jerusalém: Cidade de Davi ( I Rs. 8.1); Cidade de Judá (II Cr. 25.28); Cidade Santa (Ne. 11.1 E Is. 52.1); Cidade de Deus (Is. 60.14) (Sl. 87.2); Ariel (Is. 29.1); Ladeira de Deus (Is. 1.26); Cidade de Justiça (Is. 1.26); Cidade do Grande Rei (Mt. 5.35) ; Aelia Capitolina (o primeiro nome do Imperador Adriano era Aelio e, em 135 d.C. esse foi o nome que se deu à cidade que paganizou); El-Kuds (“a santa”, nome que o árabe deu a Jerusalém). Alguns estudiosos afirmam que a primeira parte da palavra Jerusalém (a raiz IRW) encerra a idéia de fundamento, e “Salém” significa paz, portanto Jerusalém = cidade da paz. Morada da paz! Eis o que significa Jerusalém na língua hebraica.

Tempos Bíblicos

A história judaica começou há mais ou menos 4000 anos (c. séc. XVII A.C.) - com o patriarca Abraão, seu filho Isaque e seu neto - Jacó. Documentos encontrados na Mesopotâmia, que datam de 2000 - 1500 E.C., confirmam aspectos de sua vida nômade, tal como a Bíblia descreve.

O Êxodo e o assentamento

Após 400 anos de servidão, os israelitas foram conduzidos à liberdade por Moisés que, segundo a narrativa bíblica, foi escolhido por Deus para tirar Seu povo do Egito e retornar à Terra de Israel, prometida a seus antepassados (sec. XIII-XII A.C). Durante 40 anos eles vagaram no deserto do Sinai, tornando-se uma nação; lá receberam o Pentateuco, que inclui os Dez Mandamentos. O êxodo do Egito (1300 A.C.) deixou uma marca indelével na memória nacional do povo judeu, e tornou-se um símbolo universal de liberdade e independência. Todo ano os judeus celebram as festas de Pessach (a Páscoa judaica), Shavuot (Pentecostes) e Sucot (Festa dos Tabernáculos) relembrando os eventos ocorridos naquela época.

A Monarquia

O reinado do primeiro rei, Saul (1020 A.C.), permitiu a transição entre a organização tribal já frouxa e o pleno estabelecimento da monarquia, sob David, seu sucessor.

O Rei David (1004-965 A.C.) fez de Israel uma das potências da região através de bem sucedidas expedições militares, entre as quais a derrota final dos filisteus, assim como as alianças políticas com os reinos vizinhos. Ele unificou as doze tribos israelitas num só reino e estabeleceu sua capital, Jerusalém. David foi sucedido por seu filho Salomão (965-930 A.C.) que consolidou ainda mais o reino. Salomão garantiu a paz para seu reino, tornando-o uma das grandes potências da época. O auge do seu governo foi a construção do Templo de Jerusalém.

A Monarquia dividida

Após a morte de Salomão (930 A.C.), uma insurreição aberta provocou a cisão das tribos do norte e a divisão do país em dois reinos: o reino setentrional de Israel, formado pelas dez tribos do Norte, e o reino meridional de Judá, no território das tribos de Judá e Benjamim.

O Reino de Israel, com sua capital Samaria, durou mais de 200 anos, e teve 19 reis; o Reino de Judá sobreviveu 350 anos, com sua capital, Jerusalém, e teve o mesmo número de reis, todos da linhagem de David. Com a expansão dos impérios assírios e babilônicos, tanto Israel quanto Judá, mais tarde, acabaram caindo sob domínio estrangeiro. O Reino de Israel foi destruído pelos assírios (722 A.C.) e seu povo foi exilado e esquecido. Uns cem anos depois, a Babilônia conquistou o Reino de Judá, exilando a maioria de seus habitantes e destruindo Jerusalém e o Templo (586 A.C.).

Primeiro Exílio (586 - 538 a.c.)

A conquista babilônica foi o primeiro estado judaico (período do Primeiro Templo), mas não rompeu a ligação do povo judeu com sua terra. Às margens dos rios da Babilônia, os judeus assumiram o compromisso de lembrar para sempre da sua pátria: “Se eu me esquecer de ti, ó Jerusalém, esqueça-se a minha destra da sua destreza. Apegue-se a língua ao paladar, se não lembrar de ti, se não preferir Jerusalém à minha maior alegria.” (Sl. 137.5,6)

O exílio na Babilônia, que se seguiu à destruição do Primeiro Templo, marcou o início da Diáspora Judaica. Lá, o judaísmo começou a desenvolver um sistema e um modo de vida religioso fora de sua terra, para assegurar a sobrevivência nacional e a identidade espiritual do povo, concedendo-lhe a vitalidade necessária para preservar seu futuro como uma nação.

Dominação Estrangeira
Os Períodos Persa e Helenístico (538-142 A.C.)

Em conseqüência de um decreto do Rei Ciro, da Pérsia, que conquistou o império babilônico, cerca de 50.000 judeus empreenderam o primeiro retorno à Terra de Israel, sob a liderança de Zerobabel, da dinastia de David. Menos de um século mais tarde, o segundo retorno foi liderado por Esdras, o Escriba. Durante os quatro séculos seguintes, os judeus viveram sob diferentes graus de autonomia sob o domínio persa (538-333 A.C.) e helenístico - ptolemaico e selêucida (332-142 A.C.)

A repatriação dos judeus, sob a inspirada liderança de Esdras, a construção do segundo templo no sítio onde se erguera o primeiro, a fortificação das muralhas de Jerusalém e o estabelecimento da Knesset Haguedolá (a Grande Assembléia), o supremo órgão religioso e judicial do povo judeu, marcaram o início do segundo estado judeu (período do segundo templo).

Como parte do mundo antigo conquistado por Alexandre Magno, da Grécia (332 A.C.), a Terra de Israel continuava a ser uma teocracia judaica, sob o domínio dos selêucidas, estabelecidos na Síria. Quando os judeus foram proibidos de praticar o judaísmo e seu Templo foi profanado, como parte das tentativas gregas de impor a cultura e os costumes helenísticos a toda a população, desencadeou-se uma revolta (166 a.C.) liderada por Matatias, da dinastia sacerdotal dos Hasmoneus, e mais tarde por seu filho, Judá, o Macabeu. Os judeus entraram em Jerusalém e purificaram o Templo (164 A.C), eventos comemorados até hoje anualmente, na festa do Chanuká.

A Dinastia dos Hasmoneus ( 142-63 A.C.)

Após novas vitórias dos Hasmoneus (142 a.C.), os selêucidas restauraram a autonomia da Judéia (como era então chamada a Terra de Israel) e, com o colapso do reino selêucida (129 a.C.), a independência judaica foi reconquistada. Sob a dinastia dos Hasmoneus, que durou cerca de 80 anos, as fronteiras do reino eram muito semelhantes às do tempo do Rei Salomão; o regime atingiu consolidação política e a vida judaica floresceu.

O Domínio Romano (63 - 313 A.C.)

Quando os romanos substituíram os selêucidas no papel de grande potência regional, eles concederam ao rei Hasmoneus Hircano II autoridade limitada, sob o controle do governador romano sediado em Damasco. Os judeus eram hostis ao novo regime, e os anos seguintes testemunharam muitas insurreições. Uma última tentativa de reconquistar a antiga glória da dinastia dos Hasmoneus foi feita por Matatias Antígono, cuja derrota e morte trouxe fim ao governo dos Hasmoneus (40 a.C.); o país tornou-se, então, uma província do Império Romano.

Em 37 a.C., Herodes, genro de Hircano II, foi nomeado Rei da Judéia pelos romanos. Foi-lhe concedida autonomia quase ilimitada nos assuntos internos do país, e ele se tornou um dos mais poderosos monarcas da região oriental do Império Romano, porém não conseguiu a confiança e o apoio de seus súditos judeus.

Dez anos após a morte de Herodes (4 a.C.), a Judéia caiu sob a administração romana direta. À proporção que aumentava a opressão romana à vida judaica, crescia a insatisfação, que se manifestava por violência esporádica, até que rompeu uma revolta total em 66 a.C.. As forças romanas, lideradas por Tito, superiores em número e armamento, arrasaram finalmente Jerusalém (70 a.C.) e posteriormente derrotaram o último baluarte judeu em Massada (73 a.C.).

A destruição total de Jerusalém e do Templo foi uma catástrofe para o povo judeu. De acordo com o historiador da época, Flavio Josefo, centenas de milhares de judeus pereceram durante o cerco a Jerusalém e em outros pontos do país, e outros milhares foram vendidos como escravos.

Um último breve período de soberania judaica na era antiga foi o que se seguiu à revolta de Shimon Bar Kochbá (132 a.C.), quando Jerusalém e a Judéia foram reconquistadas. No entanto, dado o poder massivo dos romanos, o resultado era inevitável. Três anos depois, segundo o costume romano, Jerusalém foi “sulcada por uma junta de bois”; a judéia foi rebatizada de Palestina e a Jerusalém foi dado o novo nome de Aelia Capitolina.

O Domínio Bizantino (313-646 d.C.)
No final do sec. IV, após a conversão do imperador Constantino ao cristianismo e a fundação do Império Bizantino, a Terra de Israel se tornara um país predominantemente cristão. Os judeus estavam privados de sua relativa autonomia anterior, assim como do direito de ocupar cargos públicos; também lhes era proibida a entrada em Jerusalém, com exceção de um dia por ano (Tishá be Av - dia 9 de Av), quando podiam prantear a destruição do Templo.

A invasão persa de 614 d.C., contou com o auxílio dos judeus, animados pela esperança messiânica da Libertação. Em gratidão por sua ajuda eles receberam o governo de Jerusalém; este interlúdio, porém, durou apenas três anos. Subseqüentemente, o exército bizantino recuperou o domínio da cidade (629 d.C.), e os habitantes judeus foram novamente expulsos.

Domínio Árabe (639-1099 d.C.)

A conquista do país pelos árabes ocorreu quatro anos após a morte de Maomé (632 d.C.) e durou mais de quatro séculos, sob o governo de Califas estabelecidos primeiramente em Damasco, depois em Bagdá e no Egito. No início do domínio muçulmano, os judeus novamente se instalaram em Jerusalém, e a comunidade judaica recebeu o costumeiro status de proteção concedido aos não-muçulmanos sob domínio islâmico, que lhes garantia a vida, as propriedades e a liberdade de culto, em troca do pagamento de taxas especiais e impostos territoriais.

Contudo, a introdução subseqüente de restrições contra os não-muçulmanos (717 d.C.) afetou a vida pública dos judeus, assim como sua observância religiosa e seu status legal. Pelo fim do sec. XI, a comunidade judaica da Terra de Israel havia diminuído consideravelmente.

Os Cruzados (1099-1291 d.C.)

Nos 200 anos seguintes, o país foi dominado pelos Cruzados que, atendendo a um apelo do Papa Urbano II, partiram da Europa para recuperar a Terra Santa das mãos dos “infiéis”. Em julho de 1099, após um cerco de cinco semanas, os cavaleiros da Primeira Cruzada e seu exército de plebeus capturaram Jerusalém, massacrando a maioria de seus habitantes não-cristãos.

Entrincheirados em suas sinagogas, os judeus defenderam seu quarteirão, mas foram queimados vivos ou vendidos como escravos. Nas poucas décadas que se sucederam, os cruzados estenderam seu poder sobre o restante do país. Após a derrota dos cruzados pelo exército de Saladino (1187 d.C.), os judeus passaram a gozar de liberdade, inclusive o direito de viver em Jerusalém. O domínio cruzado sobre o país chegou ao fim com a derrota final frente aos mamelucos (1291 d.C.) uma casta militar muçulmana que conquistara o poder no Egito.

O Domínio Mameluco (1291-1516 d.C.)

Sob o domínio mameluco, o país tornou-se uma província atrasada, cuja sede de governo era em Damasco. O período de decadência sob os mamelucos foi obscurecido ainda por revoltas políticas e econômicas, epidemias, devastação por gafanhotos e terríveis terremotos.

O Domínio Otomano (1517-1917 d.C)

Após a conquista otomana, em 1517, o país foi dividido em quatro distritos, ligados administrativamente à província de Damasco; a sede do governo era em Istambul. No começo da era otomana, cerca de 1000 famílias judias viviam na Terra de Israel, em Jerusalém, Nablus (Sichem), Hebron, Gaza, Safed (Tzfat) e algumas aldeias da Galiléia. A comunidade se compunha de descendentes de judeus que nunca haviam deixado o país, e de imigrantes da África do Norte e da Europa.

Um governo eficiente, até a morte do sultão Suleiman, o Magnífico (1566 d.C.), trouxe melhorias e estimulou a imigração judaica. À proporção que o governo otomano declinava e perdia sua eficiência, o país foi caindo de novo em estado de abandono geral. No final do séc. XVIII, a maior parte das terras pertencia a proprietários ausentes, que as arredavam a agricultores empobrecidos pelos impostos elevados e arbitrários. As grandes florestas da Galiléia e do monte Carmelo estavam desnudas; pântanos e desertos invadiam as terras produtivas.

O sec. XIX testemunhou os primeiros sinais de que o atraso medieval cedia lugar ao progresso. Eruditos ingleses, franceses e americanos iniciavam estudos de arqueologia bíblica. Foram inauguradas rotas marítimas regulares entre a Terra de Israel e a Europa, instaladas conexões postais e telegráficas e construída a primeira estrada, entre Jerusalém e Iafo. A situação dos judeus do país foi melhorando, e a população judaica aumentou consideravelmente. Inspirados pela ideologia sionista, dois grandes fluxos de judeus da Europa Oriental chegaram ao país, no final do sec. XIX e início do sec. X. Resolvidos a restaurar sua pátria através do trabalho agrícola, estes pioneiros começaram pela recuperação da terra árida, construíram novas colônias e lançaram os fundamentos do que mais tarde se tornaria uma próspera economia agrícola.

Ao romper a I Guerra Mundial (1914), a população judaica do país totalizava 85.000 habitantes, em contraste com os 5.000 do início do séc. XVI.

Em dezembro de 1917, as forças britânicas, sob o comando do General Allemby, entraram em Jerusalém, pondo fim a 400 anos de domínio otomano.

O Domínio Britânico (1918-1948)

Em julho de 1922, a Liga das Nações confiou à Grã-Bretanha o mandato sobre a Palestina (nome pelo qual o país era designado na época). Reconhecendo a "ligação histórica do povo judeu com a Palestina", recomendava que a Grã-Bretanha facilitasse o estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina - Eretz Israel (Terra de Israel). Dois meses depois, em setembro de 1922, o Conselho da Liga das Nações e a Grã-Bretanha decidiram que as estimulações destinadas ao estabelecimento deste lar nacional judaico não seriam aplicadas à região situada a leste do Rio Jordão, cuja área constituía os 3/4 do território do Mandato - e que mais tarde tornou-se o Reino Hashemita da Jordânia.

O Estado de Israel - 1948

Com a resolução da ONU de 19 de novembro de 1947, em 14 de maio de 1948, data em que terminou o Mandato Britânico, a população judaica na Terra de Israel era de 650.000 pessoas, formando uma comunidade organizada, com instituições políticas, sociais e econômicas bem desenvolvidas - de fato, uma nação em todos os sentidos, e um estado ao qual só faltava o nome, porém opondo-se ao estabelecimento do novo Estado os países árabes lançaram-se num ataque de várias frentes, dando origem à Guerra da Independência em 1948 - 1949, que defendeu a soberania que havia acabado de reconquistar. Com o fim da guerra, Israel concentrou seus esforços na construção do estado pelo qual o povo tinha lutado tão longa e arduamente.

A Guerra dos Seis Dias - 1967

As esperanças por mais uma década de relativa tranqüilidade se esvaneceram com a escalada dos ataques terroristas árabes através das fronteiras como Egito e a Jordânia. Ao fim de seis dias de combates, os núcleos populacionais do norte do país ficavam livres do bombardeamento sírio, que durara 19 anos; a passagem de navios israelenses e com destino a Israel, através do Estreito de Tiran estava assegurada; e Jerusalém, que estivera dividida entre Israel e Jordânia desde 1949, foi reunificada sob a autoridade de Israel.

A Guerra de Iom Kipur - 1973

A relativa calma ao longo das fronteiras terminaram no Dia da Expiação, o dia mais sagrado do calendário judaico, quando o Egito e a Síria lançaram um ataque de surpresa coordenado contra Israel (6 de outubro de 1973). Durante as três semanas seguintes, as Forças de Defesa de Israel mudaram o rumo da batalha e repeliram os ataques. Dois anos de difíceis negociações entre Israel e o Egito e entre Israel e a Síria resultaram em acordos de separação de tropas, pelos quais Israel se retirou de parte dos territórios conquistados na guerra.

Da Guerra à Paz

Embora a guerra de 1973 tenha custado a Israel um ano de seu PNB, a economia já tinha se recobrado na segunda metade de 1974. Os investimentos estrangeiros cresceram, e quando Israel se tornou um membro associado do MCE (1975), abriram-se novos mercados aos produtos israelenses. O turismo incrementou e o número anual de visitantes ultrapassou o marco de um milhão.

O círculo vicioso da rejeição por parte dos árabes a todos os apelos de paz de Israel foi rompido com visita do Presidente Anuar Sadat a Jerusalém (novembro 1977), à qual se seguiram negociações entre o Egito e Israel, sob os auspícios E.U., e que culminaram com os acordos de Camp David (setembro).

Século XXI

Após o assassinato do Primeiro-Ministro Ytzhak Rabin (Nov/95), o governo - de acordo com seu direito de nomear um dos ministros (neste caso, obrigatoriamente um membro do Knesset - Parlamento Israelense) para exercer o cargo de primeiro-minstro até as próximas eleições - nomeou o Ministro das Relações Exteriores Shimon Peres a esta função. As eleições de maio de 1996 trouxeram ao poder uma coalizão governamental constituída de elementos nacionalistas, religiosos e centristas, chefiada por Benyamin Netanyahu do Likud.


Principais momentos históricos

XVII-VI a.C.

Época Bíblica

XVII

Abraão, Isaque e Jacó - os patriarcas do povo judeu estabelecem-se na Terra de Israel.

XIII

Êxodo dos israelitas, que deixam o Egito conduzidos por Moisés e vagam no deserto durante 40 anos.

XIII-XII

Os israelitas se instalam na Terra de Israel

1020

A monarquia judaica é estabelecida; Saul é o primeiro rei

1000

Jerusalém torna-se a capital do reino de Davi

960

O Primeiro Templo, centro nacional e espiritual do povo judeu, é construída em Jerusalém pelo Rei Salomão

930

Divisão do reino: Judá e Israel

722-720

O reino de Israel é destruído pelos assírios; 10 tribos exiladas (as “Dez Tribos Perdidas”)

586

O reino de Judá é conquistado pela Babilônia. Jerusalém e o Primeiro Templo destruídos; a maioria dos judeus é exilada.

538-142

Períodos Persa e Helenístico

538-515

Muitos judeus retornam da Babilônia; o Templo é reconstruído

332

Alexandre Magno conquista o país; domínio helenístico

166-160

Revolta dos Macabeus (Hasmoneus) contra as restrições à prática do judaísmo e a profanação do Templo

-129

Autonomia judaica sob a liderança dos Hasmoneus

129-63

Independência judaica sob a monarquia dos Hasmoneus

63

Jerusalém capturada pelo general romano Pompeu

63-313

Domínio Romano

63-4

O Rei Herodes, vassalo romano, governa a Terra de Israel. O Templo de Jerusalém é reformado.

20-33

Ministério de Jesus, o Cristo

66 d.C

Revolta dos judeus contra Roma

70

Destruição de Jerusalém e do Segundo Templo

73

Último bastião judeu em Massada

132-135

Revolta de Bar Kochba contra os romanos

313-636

Domínio Bizantino

614

Invasão Persa

639-1099

Domínio árabe

691

O Domo da Rocha é construída em Jerusalém pelo Califa Abd el-Malik, no local dos Templos (Primeiro e Segundo).

1099-1291

Domínio Cruzado (Reino Latino de Jerusalém)

1291-1516

Domínio Mameluco

1517-1917

Domínio Otomano

1860

Primeiro bairro construído fora dos muros de Jerusalém

1881-1903

Primeira Aliá (imigração em grande escala), principalmente da Rússia

1897

Primeiro Congresso Sionista, reunido por Teodoro Herzl em Basiléia, Suíça; fundação da Organização Sionista.

1904-14

Segunda Aliá, principalmente da Rússia e Polônia

1917

400 anos de domínio otomano chegam ao fim com a conquista britânica. Lord Balfour, Ministro de Relações Exteriores britânico declara o apoio ao estabelecimento de um lar nacional judaico na Palestina”

1918-1948

Domínio Britânico

1919-23

Terceira Aliá, principalmente da Rússia

1922

A Liga das Nações confia à Grã-Bretanha o Mandato sobre a Palestina (Terra de Israel); ¾ da área são entregues à Transjordânia, deixando apenas ¼ para o lar nacional judaico. Criação da Agência Judaica, representante da comunidade judaica diante das autoridades do Mandato.

1924-32

Quarta Aliá, principalmente da Polônia

1933-30

Quinta Aliá, principalmente da Alemanha

1939

O Livro Branco britânico limita drasticamente a imigração judaica

1939-45

II Grande Guerra Mundial; Holocausto na Europa, onde 6 milhões de judeus, entre os quais 1,5 milhão de crianças.

1947

A ONU propôs o estabelecimento dos estados árabes e judeu no país. Em 14 de maio de 1948 fim do Mandato Britânico. Proclamação do Estado de Israel.


A partir de 15 de maio de 1948, inicia-se, com a invasão de cinco exércitos árabes, a luta do povo judeu para fazer valer o seu direito de permanecer na terra que Deus havia prometido a Abraão, Isaque e Israel, os patriarcas.